terça-feira, 26 de novembro de 2013

EXCLUSÃO E DESIGUALDADE… APELO À VIOLÊNCIA (?)





O papa Francisco alertou hoje que a exclusão e a desigualdade socialprovocarão a explosão” da violência, no primeiro documento maior do seu pontificado, onde denuncia um sistema económico mundial injusto.

O alerta do Papa Francisco será, também, um incentivo à violência…?

Enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade social, na sociedade e entre vários povos, será impossível erradicar a violência. Acusamos os pobres [...] da violência, mas, sem igualdade de oportunidades, as diferentes formas de agressão e de guerra encontrarão terreno fértil que, tarde ou cedo, provocará a explosão", escreveu o papa na exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium?’ ”

Como o mandamento de ‘não matar’ põe um limite claro para assegurar o valor da vida humana, hoje temos que dizer não a uma economia da exclusão e da desigualdade. Essa economia mata”, disse o papa.

Considerou, ainda que “ [é revoltante que] não seja notícia a morte de frio de um idoso na rua e que o seja uma queda de dois pontos na bolsa” [de valores].

Já não se trata simplesmente do fenómeno dos excluídos e explorados, mas de serem considerados restos”.

A nossa cultura “considera o ser humano um bem de consumo, que se pode usar e logo descartar”.

Vivemos na idolatria do dinheiro”.

O papa lamenta que enquanto “os ganhos de poucos crescem exponencialmente”, os da maioria estejam “cada vez mais longe do bem-estar dessa minoria feliz”.

O dinheiro deve servir e não governar”.


Peço ao Senhor que nos ofereça mais políticos a quem doa a verdade da vida dos pobres”.


E, concluo eu: livrai-nos daqueles que estão colocados em Portugal


domingo, 24 de novembro de 2013

PLANO B




Tenho lido na nossa imprensa escrita, ouvido na rádio e nas diversas televisões o eco das afirmações do ministro-adjunto Miguel Poiares Maduro, proferidas em Santarém, onde participou na sessão de encerramento do XXI Congresso da Associação Nacional de Municípios, que o Governo não tem plano B, caso TC chumbe a lei da convergência das pensões entre o sector público e o privado:

O Governo não tem nenhuma alternativa preparada; se o Governo escolheu esta medida é porque entende, sabendo que é uma medida difícil, entende que ela é aquela que melhor serve os interesses do país e porque naturalmente a considera constitucional”.

Se “o Governo escolheu”… ?
Não deveria ser, antes, impuseram este plano ao Governo…?

“O governo não tem plano B” […]
Não seria mais fácil dizer, somente: “O governo não tem planos…!”; mais nada.

Se, como é sabido, todos os planos para o afundamento do país vêm da Troika e são, meramente, subscritos pelos actuais titulares dos cargos de governação, porque é que haveriam de ter, agora, um plano – mesmo que lhe chamassem plano B? Porquê?

Os planos são (ou deveriam ser) um projecto de realização para fins úteis e necessários, resultantes de estudos aturados, consideradas todas as alternativas, prevendo eventuais contratempos e, em democracia, que cumprissem as regras legais na sua execução.
Ora – mais uma vez –, se este “governo” não faz planos, por que carga de água haveria de ter um Plano B, em alternativa a um plano A inexistente?

A isso não se chama Plano! Chamem-lhe o que quiserem: Teimosia, incompetência, cretinice, vilania, ódio, despotismo, autoritarismo, absolutismo, reinação, brincadeira, inconsciência, infantilismo… o que quiserem; mas não lhe chamem nem planos, nem governo.

É demais…


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

GEOMETRIA




Recebi por e-mail, remetido pelo meu amigo PB; desconheço o seu autor; mas, não resisti a publicar este corolário:


"Portugal é um país geométrico:

É rectangular
e tem problemas bicudos,
discutidos em mesas redondas
por bestas quadradas."

É mais fácil a demonstração desta “proposição” que o teorema de Pitágoras.

É axiomática…!


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

MEDIOCRIDADE





Então não querem lá ver que o Ministro da Defesa disse uma verdade:

O ministro da Defesa disse esta quarta-feira que a lei das incompatibilidades no desempenho de cargos políticos afasta os mais capazes e "só os mais medíocres" ou os "mais ligados aos directórios" dos partidos políticos "estão disponíveis" para governar.” (DN)

A verdade proferida por José Pedro Aguiar-Branco é genuinamente autêntica, principalmente no nosso País hodierno e recheado, na totalidade, pelas competências por ele definidas.


terça-feira, 5 de novembro de 2013

ORGULHOSAMENTE SÓS… (2)


Ao Expresso

Grandes Opções do Plano para 2014 (Outubro)
Pareceres do Conselho Económico e Social (CES)
Respostas do Governo
• “O CES lamenta que (…) o problema do crescimento económico continue subordinado aos objectivos da consolidação orçamental”.
• “Um documento como as GOP deveria traduzir uma nova atitude face aos credores externos”.
• “O optimismo do Governo, apoiado em débeis sinais positivos nalguns indicadores, contrasta fortemente com os números do desemprego, com o número de empresas encerradas, com a redução do poder de compra das famílias e com o aumento da pobreza”.
• “A ideia optimista de ‘fim de ciclo’ e de que se inicia uma nova fase da vida nacional, que o documento procura transmitir, não é, assim, partilhada pelo CES”, até pela “evolução da dívida pública” e “condições de financiamento da economia”.
• “Verifica-se (...) que no ponto em que se aborda o emprego é referido um conjunto de medidas referentes às políticas activas de emprego que, na prática, têm demonstrado impactos insignificantes na criação de empregos de qualidade”.
• “O parecer do CES excede o âmbito do documento em análise. Com efeito, são várias as passagens em que o CES procede ao julgamento da actuação do Governo ou mesmo à apresentação de sugestões de política, quando o parecer se deveria limitar à apreciação das GOP 2014”.
• “O parecer não procede a uma leitura correcta de duas reformas fundamentais no âmbito do processo de ajustamento da economia portuguesa: a reforma da administração pública e a política fiscal”.
• “As afirmações (…) a propósito do processo de reforma do Estado são reveladoras de um profundo desconhecimento sobre a evolução que tem vindo a ocorrer nos últimos anos em matéria de transformação da administração pública”.
• “O Governo tem consciência dos custos económicos e sociais do ajustamento e reconhece que persiste um contexto de riscos e incerteza. Porém, não deixará de ter presente os sinais positivos, embora ainda ténues, de recuperação da actividade económica”.
(Fonte: Público, 5 de Novembro de 2013)

Nas respostas invocadas, o Governo não justifica: Critica (e quase insulta). Por fim, auto-elogia-se e apresenta a miragem da recuperação económica.

O organismo presidido pelo social-democrata Silva Peneda – o CES (que reúne sindicatos, patrões e outras organizações da sociedade civil, bem como o Governo) no seu relatório, elaborado pelo economista João Ferreira do Amaral e pelo presidente da CAP, João Machado, alega que devia evitar-se penalizar mais os funcionários públicos, reformados e pensionistas, e “excluir aumentos da carga fiscal”.

Na declaração de voto (em que manteve o hábito de se abster), o Governo acusa o CES de “absoluto irrealismo e até contradição” nos argumentos.

A exemplo dos condutores que circulam em contramão, o erro não é deles, mas sim de todos os outros que circulam bem. Sós, mas orgulhosos… ou como dizia o outro: 

Orgulhosamente sós…”


FALTA DE CHÁ


Paul Portas chegou quase duas horas atrasado a recepção no Consulado de Portugal, em Macau. Metade dos convidados tinha já partido. Não se explicou, não pediu desculpas e falou para quem já não estava lá.



Hoje Macau – 5-11-2013

O vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas, chegou quase duas horas atrasado a uma recepção organizada no passado domingo pelo consulado de Portugal em Macau para a comunidade portuguesa local, o que fez com que cerca de metade das pessoas que se encontravam presentes tenham abandonado o evento antes da sua chegada.
A recepção estava marcada para as 21 horas, mas o vice-primeiro-ministro português entrou na sala da residência consular (ex-Hotel Bela Vista) quando já eram quase 23 horas. Entretanto, praticamente todos os convidados de etnia chinesa tinham já partido, expressando delicadamente o seu desagrado pela situação. “Todos sabemos como os chineses consideram este tipo de atraso como uma ofensa e uma falta de consideração”, explicou ao HM um empresário português há muito radicado na região. “É incompreensível esta atitude que basicamente tirou face à nossa comunidade. Uma vergonha! Inenarrável!”, concluiu.
[…]

DISCURSO EQUIVOCADO
Certamente que equivocado quanto à audiência para a qual discursava, o vice-primeiro-ministro (que não explicou nem se desculpou pelo seu inusitado atraso) fez um resumo, “breve” nas suas palavras, das relações económicas recentes entre Portugal e a RPC, na sua vertente exclusivamente económica, como se se estivesse a dirigir unicamente a empresários chineses e não à comunidade portuguesa de Macau como um todo que era, afinal, a destinatária do convite endereçado para a recepção.
[…]
Médicos, arquitectos, advogados, professores, engenheiros, jornalistas, profissionais de turismo e outras profissões, que constituem a estrutura fundamental da presença portuguesa em Macau, foram simplesmente ignorados num discurso que se limitou a citar os números por todos conhecidos das relações económicas e comerciais entre os dois países e procurou, uma vez mais, vender as vantagens do investimento externo. “Provavelmente, ele pensa que nós não estamos informados sobre o desenvolvimento das relações entre a China e Portugal que não vemos televisão ou não lemos jornais”, comentou um dos presentes, que lamentou também a falta de referência à comunidade portuguesa de Macau. […] “Mais valia que não pusessem cá os pés”, disse outro dos presentes ao HM, que sublinhou também o facto de Portas se apresentar na recepção sem gravata e de camisa aberta.

E… como vem sendo hábito, a imprensa portuguesa (em Portugal) a isto nada se referiu…
Informação isenta, aberta, transparente, independente, verdadeira…
Desculpem, mas essa não é a informação em Portugal…! Já não estamos habituados à verdade (ou à informação não manipulada…).


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A DIFÍCIL TAREFA DE FRANCISCO…



O Papa Francisco enviou às conferências episcopais espalhadas pelo mundo um inquérito que deverá (ou deveria) ser distribuído pela comunidade católica, com perguntas sobre temas habitualmente pouco consensuais no seio da Igreja.

Segundo o jornal norte-americano “National Catholic Reporter”, o questionário começou a ser enviado a 18 de Outubro, acompanhado por uma carta do arcebispo Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do sínodo. Nessa missiva, Baldisseri pede aos bispos que distribuam os inquéritos “imediatamente e da forma mais ampla possível” ao maior número de párocos.

No entanto, apesar de Baldisseri pedir uma consulta “ampla”, nos EUA a exigência parece ser menor. O “National Catholic Reporter” teve acesso à carta que foi enviada para à conferência episcopal norte-americana juntamente com a versão em inglês do questionário. Nela, o secretário-geral da conferência episcopal dos EUA, Ronny Jenkins, pede aos bispos que contribuam apenas com as suas opiniões, sem consultarem a restante comunidade, contrariando, desta forma, os desígnios do Papa.


Tudo isto leva-nos a pensar:

– Será que nós, sendo leigos (e uma grande maioria laicos e republicanos) veremos o inquérito distribuído pelo Vaticano?

– Será que o inquérito já foi recebido em Portugal, passadas que são três semanas do início da remessa?


Depois de ter observado as atitudes de dois dos mais altos dignitários da igreja portuguesa – o actual e o anterior patriarca de Lisboa –, temo que o destino do inquérito seja o mesmo que a vontade do secretário-geral da conferência episcopal dos EUA: “Que os bispos contribuam apenas com as suas opiniões, sem consultarem a restante comunidade”.

Ultimamente, em Portugal, habituámo-nos a que o povo seja desrespeitado e que as suas opiniões e vontades sejam permanente e sistematicamente ignoradas, tanto política como (em último alento…) religiosamente.

Espero que a esperança alimentada pelo Papa Francisco não se transforme em mais uma grande ilusão.

Apesar de tudo, quero crer que não.