quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Passeio da indignação

O cartaz da Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança era este:

– Às 19:18, o Expresso online notificava: “Polícias rumam ao Ministério das Finanças”:

– Às 20:40, o JN online informava: “Polícias travam polícias junto ao Ministério da Finanças”:

Procurei mais notícias sobre este acontecimento, mas não encontrei mais nada.
Não interessava ou, simplesmente, desmobilizaram…?

Os cães de Pavlov



Miguel Abrantes, no blogue “Câmara Corporativa”, questiona: “Que leva um tipo da área da comunicação a dizer uma monstruosidade destas que pode afectar irremediavelmente a sua reputação no meio?”, referindo-se à entrevista dada por Rui Calafate ao “Meios & Publicidade”.

A resposta à pergunta é simples:
– A exemplo da esmagadora maioria dos novos “consultores governamentais”, neste caso, também, não é preciso ter conhecimentos da sua área específica ou pôr esses conhecimentos em prática; basta seguir a “voz do dono”…
Estes (consultores), tal como outros opinion makers (?), não correrão riscos, nem ficarão mal na fotografia…
Se cumprirem, têm a recompensa…
Assim era o cão de Pavlov.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Não sei que conjunção utilizar…

Tenho andado cada vez mais encabulado com as tomadas de decisão deste nosso governo ou, pelo menos, com a forma como o fazem (que da validade dos seus actos já não acredito). Um diz de uma maneira, o outro rectifica – para esclarecimento do público –, explicando a intenção do que fora dito pelo primeiro (veja aqui, por exemplo).


Isto fez-me lembrar aquela história dum homem no comboio que, à pergunta de um outro passageiro sobre o seu destino, lhe respondeu:
– Vou para o Porto.
Ao que o inquiridor retorquiu:
– Ah! O senhor vai definitivamente para o Porto, por lá residir…
Retorquiu o primeiro, já desagradado com a conversa:
– Oh homem! Vou, simplesmente, lá…
O curioso indagante, assumindo uma postura professoral, diz-lhe:
– Então, deveria dizer, tão simplesmente, vou ao Porto…
Passados alguns minutos de um silêncio pesado, o passageiro inquiridor, à laia de repor a cordialidade aparentemente perdida, perguntou, entre admiração e crítica:
– Não me diga que ficou aborrecido com a minha observação…?
– Não – retorquiu o interlocutor – somente aflorou uma dúvida no meu espírito; Não sei se o hei-de mandar à merda ou para a merda…

Então não querem lá ver que aflorou exactamente a mesma dúvida no meu espírito, relativamente ao discurso dos nossos governantes, na escolha da conjunção a utilizar… Quanto ao local, não tenho dúvidas…

sábado, 24 de setembro de 2011

DOAÇÃO OU CONQUISTA?

O público relata o pedido de Alberto João Jardim, num comício realizado ontem, dia 23 de Setembro – (…) “dêem-nos a independência”.


Nada me espantou esta ameaça de independência. Admirou-me, isso sim, a aparente manifestação de ignorância (populismo) ao fim de mais de 30 anos de exercício de poder. Acaso o Dr. Alberto não sabe que a independência não se dá – CONQUISTA-SE!
Então, quando congeminava sobre esta última frase, surgiu-me uma outra hipótese alternativa:
– Será que a quantia de mais de cinco mil milhões de euros de dívida da Madeira foi utilizada como forma de impedir a revolta dos madeirenses…?
O povo madeirense sabe o que quer, mas tem-se sujeitado. O espectro da fome, do desemprego (regulado pelo governo regional) e da miséria – além do condicionamento resultante da insularidade – inibe-o de agir. Se estivesse directamente em contacto com o restante país, certamente actuaria diferentemente, sem necessidade de vender o seu voto.

Os efeitos do passado na contemporaneidade…


Fernando Pimenta relembrou – e muito bem – no seu Facebook:
‎”- 1992 (há 19 anos) - o Prof. Sousa Franco, na altura Presidente do Tribunal de Contas, alertava para o facto de as contas da Madeira serem insustentáveis!!!
- 1994 (há 17 anos) - Prof. Cavaco Silva era 1º ministro; Dr. Eduardo Catroga era ministro das finanças!!!
- 2011 ( há 8 dias ) - Dr. Catroga defendeu a ideia de que o buraco da Madeira era consequência de 6 anos de governo Sócrates ! ... ai Sr. Doutor, Sr. Doutor !!!”

Quatro coisas poderão ter acontecido:
a)    Ou o Dr. Catroga já não sabe fazer contas (2011-1992=6, em vez de 2011-1992=19)…
b)    Ou, quando era ministro do governo do Prof. Cavaco Silva, governava com a cabeça enterrada na areia…
c)    Ou está balhelhas…
d)    Ou, para o Dr. Catroga, inoculado com o ódio dos detractores de José Sócrates e do seu governo – e isso é ainda mais grave –, vale tudo, mesmo a desonestidade política, ética e moral.
Nada de que já não esperássemos e estivéssemos habituados!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

HARAKIRI


Não se poderá chamar Harakiri, porque isto é um ritual dos Samurais (guerreiros) e reflecte nobreza; não será suicídio (nem mesmo político), porque só vencendo o medo da morte, alguém poderá descobrir o enigma da vida e, para tal, é necessária coragem; não se poderá considerar exoneração, porque não seria uma mera libertação de uma obrigação ou de um dever… – seria uma fuga…
Então, o que será…?
Se, como tudo leva a crer, é intenção do Governo fazer aprovar uma lei tendente ao despedimento de quem não cumpra os objectivos ou tenha quebra de produtividade, este governo está a criar condições para ser despedido, por não cumprir os objectivos do programa eleitoral e por quebra de produtividade na resolução da crise (segundo eles, era tarefa fácil…).
É o despedimento do Governo…? ! ?
– Não. Não se iludam! Quem não cumpre com aquilo que, eventualmente, lhe poderia trazer prestígio e honra, muito menos o fará com o que lhe daria prejuízo.

A lei não se aplica a eles…

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A vingança de Passos Coelho…

Passos Coelho não vai à Madeira apoiar Jardim, como castigo ou por vingança, por aquele ter traído a confiança. Não lhe retira a confiança política; não, isso não – vinga-se!
Isto faz-me lembrar aquela história do indivíduo que suspeitava que a mulher o andava a enganar. Aconselhado por um amigo, depois de se despedir da mulher, fingiu que saía, mas deixou-se ficar em casa, escondido debaixo da cama.
No dia seguinte encontrou o “amigo conselheiro” que o questionou:
– Apanhaste-os, ontem…?
– Sim – respondeu-lhe – e vinguei-me…
– Oh homem – espantou-se o “conselheiro” – espero que não te tenhas desgraçado…!
– Não sejas parvo – retorquiu o amigo – eu sou mais perspicaz do que julgas. Sem que se tivessem apercebido, vinguei-me…
– Mas, como…?
– Mijei-lhe para os sapatos.
 Passos Coelho não retira a confiança política a Jardim, mas não vai à Madeira apoiá-lo na campanha eleitoral; se calhar (porque é perspicaz), alegando que o não faz por dificuldade de agenda.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Novamente a expressão o “País está de tanga”…

Desde a célebre frase “o País está de tanga” que o PSD nos habituou a expressões pouco felizes e nada políticas. Julgava que o actual Primeiro-ministro tivesse um pouco mais de contenção nas suas palavras e que, pelo menos, não pusesse em risco o já tão periclitante crédito das nossas instituições. Mas, não… Poucos minutos depois da entrevista dada na RTP1, já estava nas bocas do Mundo. É que nem pensa… Ou, se o pensa, não sei qual a necessidade de o apregoar daquela forma. Vejam:



É demais...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

E agora, A JUSTIÇA... (2)

Como eu perguntava no post anterior: Já se começou a destruir a Justiça…?
Dá para perceber…?
Veja-se:

E agora, a JUSTIÇA…

A ser verdade a denúncia do bastonário da Ordem dos Advogados – coisa que facilmente acredito, dada a honorabilidade que o Dr. Marinho Pinto tem demonstrado e a coragem que tem evidenciado nas suas denúncias – clamar por justiça, a breve prazo, será inviável para as pessoas economicamente mais desfavorecidas e impossível na arbitragem de conflitos contra os poderosos.
A exemplo de outras “desgraças” que, gradualmente, se nos vão deparando, este governo parece que apostou em destruir os valores (pilares) da nossa democracia – a igualdade de direitos e de obrigações. Apesar de todas as dificuldades, o nosso Serviço Nacional de Saúde ia funcionando bem e, na Justiça, contávamos com a possibilidade (o direito) de constituirmos um advogado, mesmo que não tivéssemos posses para tal.

É importante que se leia o artigo completo do Bastonário da Ordem dos Advogados (aqui).
Já se começou a destruir a Justiça…?

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Troika virá ajudar, ensinar ou substituir o Governo…?

Teóricos e académicos sem qualquer experiência prática a liderarem Empresas, Departamentos Públicos, Ministérios, etc., sem apoio ou acompanhamento de técnicos experimentados (embora menos qualificados) e conhecedores do “aparelho” dá, regra geral, mau resultado. O resultado torna-se muito perigoso (para quem depende desses serviços), quando esses “líderes” se fazem rodear de “quadros” não qualificados para as funções e cuja principal preocupação é a da imagem e a (des)informação.
É assim que nós, Povo, estamos condenados a cada vez mais sofrer a crise. Crise que, anteriormente, era da responsabilidade de um só homem e, agora, é fruto da “conjuntura mundial”… Enfim, a ganância do poder o que faz…!
Rejeitaram o PEC IV (não por preocupação com o sofrimento do povo, mas por estratégia de conquista do poder), optando pelo FMI e quaisquer condições que eles nos impusessem, em alternativa à capacidade do Povo português resolver os seus próprios problemas sem intervenções externas. Não negociaram com a Troika, mas subscreveram tudo o que foi acordado, prometendo “serem mais papistas que o papa” – a Troika poderia ficar descansada que eles encarregar-se-iam de nos espremer.
Tudo isto já foi falado (e muito mais). Só quero demonstrar, mais uma vez, a afirmação inicial: “Teóricos e académicos sem qualquer experiência prática a liderarem…
Vejamos:
A Direcção Geral do Orçamento constatava que, depois de ter sido prorrogado o prazo para entregarem os 611 orçamentos que constituirão o Orçamento geral do Estado, somente tinham sido recebidos 221 (faltando 390); de qualquer modo, nem um único tinha sido validado.


Mas não se preocupem. A bondade extrema da Troika, o seu enorme altruísmo e a caridade tão apregoada por eles vêm em nosso auxílio. Como diz o DN (aqui) “uma equipa de técnicos da 'troika' virá a Lisboa ‘muito em breve’ para ajudar no Orçamento”.

A Troika virá ajudar, ensinar ou substituir o Governo…?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Homenagem às vítimas do 11 de Setembro de 1973



Não esqueço o 11 de Setembro de 2001, como não posso esquecer o 11 de Setembro de 1973.
Como dizia Pablo Neruda: Yo vengo a hablar por vuestra boca muerta

Durante as eleições presidenciais do Chile, em 1970, Pablo Neruda apoiou a candidatura de Salvador Allende. Ambos acreditavam numa América Latina mais justa e livre. Allende foi assassinado em 11 de Setembro de 1973; 12 dias depois, Neruda morria de “tristeza” (como conta Isabel Allende no seu livro “Paula”), a 23 de Setembro de 1973, ao contemplar o Chile que ele e Allende “acreditaram”, destruído às mãos facínoras de Pinochet.

No Nos Moveran

Sube a nacer conmigo, hermano
dame la mano desde la profunda zona de tu dolor diseminado
no volverás del fondo de las rocas
no volverás del tiempo subterráneo
no volverá tu voz endurecida
no volverán tus ojos taladrados
yo vengo a hablar por vuestra boca muerta
a través de la tierra juntad todos los silenciosos labios derramados

y desde el fondo habladme toda esta larga noche
como si estuviera con vosotros anclado
contadme todo, cadena a cadena, eslabón a eslabón, y paso a paso
afilad los cuchillos que guardasteis
ponedlos en mi pecho y en mi mano
como un rio de rayos amarillos
como un rio de tigres enterrados
y dejadme llorar horas ,días, años, edades ciegas, siglos estelares

dadme el silencio, el agua, la esperanza,
dadme la lucha, el hierro, los volcanes
apegadme los cuerpos como imanes
acudid a mis venas y a mi boca
hablad por mis palabras y mi sangre

no, no, no nos moveran! no, no nos moverán!
como un árbol firme junto al rio
no nos moverán.

unidos en la lucha, no nos moverán
unidos en la lucha, no nos moverán
como un árbol firme junto al rio
no nos moverán
no,no, no nos moverán! no, no, no nos moverán!
como un árbol firme junto al rio
no nos moverán

unidos en la huelga, no, no, no nos moverán!
unidos en la huelga, no, no, no nos moverán!
como un árbol firme junto al rio
no nos moverán, no nos moverán!

Pablo Neruda
 

domingo, 11 de setembro de 2011

Contaminação metonímica

Estrela Serrano, no blogue que partilha com Azeredo Lopes, escreve: “as três manchetes do Correio da Manhã sobre “negócios” de familiares de José Sócrates publicadas nas últimas semanas recorrem à fotografia do ex-primeiro ministro, produzindo um efeito decontaminação metonímicaao criarem no leitor uma aproximação entre José Sócrates e os “negócios” do “tio” ou do “primo”´(ver aqui).
Só uma pessoa tão discreta, como a professora Estrela Serrano, se conseguiria conter na qualificação que atribui ao Correio da Manhã. Para mim, não tão circunspecto, chamaria a estas “filhas de putice” aquilo que, na realidade são – “filhas de putice”.
Não sei o que se poderá chamar aos profissionais que as redigem, nem à orientação editorial que norteia este pasquim. Não sei, mesmo…! Nem estou interessado em saber ou a prestar atenção a quem se “alimenta do mal dos outros e regurgita veneno e ódio gratuitamente.
Sei como as pessoas (apesar da mórbida curiosidade que muitos têm e bastantes o lerem) ficaram aliviadas e agradecidas com o fim do “News of the World” – jornal que já tinha perdido todas as referências, o sentido de responsabilidade, etc. …
Para os mais distraídos (principalmente, para os que não lêem o CM), hoje, 11 de Setembro de 2011, passados 10 anos sobre o atentado às “Torres Gémeas”, reparem e comparem a notícia que o CM apresentou sobre esse atentado com a notícia e fotografia do familiar que – nada tendo com a vida privada dos seus tios e primos – aqui é retratado:


Podem chamar-lhe, até, contaminação metonímica; para mim chamar-lhes-ia… aquilo que vós também chamais.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Tiveram 6 anos para se prepararem




Já ouvi várias teorias relacionadas com o tempo que este Governo tem de governação. Uns dizem que, em tão pouco tempo, já fizeram muita porcaria. Outros reconhecem que não se admite que este Governo não estivesse melhor preparado; já sabiam ao que vinham e conheciam, apesar de quererem ignorá-la, a dimensão da crise internacional. Outros, ainda, alegam que é cedo para “apontar” soluções; só lá estão há pouco mais de dois meses.

É aqui que residem as minhas questões:
1.    Um partido que é considerado como alternativa ao governo, quando na oposição, não deveria estar preparado para se constituir Governo, em qualquer momento?
2.    A oposição que (democraticamente assim deveria ser) exerce contra o partido que constituiu governo não deveria ser uma oposição consciente, plausível, honesta (embora ideologicamente diferente do governo) tendente ao bem-estar do Povo e do País?
Considerando como afirmativas as respostas a estas questões, sou obrigado a concluir que o PSD (e o CDS, também) já é governo em preparação há mais de 6 anos.
Se assim é e tanta experiência e saber já demonstraram, porque não governam nos moldes e com as propostas (promessas) apresentadas durante esse tempo todo?
Tiveram 6 anos para se prepararem e o que estes partidos fizeram foi a apresentação de uma equipa pífia composta por políticos amadores, técnicos anti-políticos ou incompetentes.
O Povo e o País, apesar de tudo, mereciam melhor…
A ganância do Poder é muito grande…!


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O Bem-Amado…



Miguel Relvas não é só o poderoso número dois do Governo. Também no Brasil tem amigos de peso e portas abertas. Lá, o ministro-adjunto garantiu sólidas amizades, influência e bons negócios.” Este é o início do texto publicado pela Visão, esta semana, e que pode ver aqui.

No título do texto da Visão, Miguel Relvas é apodado de “o Bem-Amado”, por analogia com a telenovela brasileira protagonizada por Paulo Gracindo.
Inspirada numa peça teatral do próprio autor – Dias Gomes –, com o título “Odorico, o Bem-Amado ou Os Mistérios do Amor e da Morte”, e escrita em 1962, foi a primeira novela produzida em cores na televisão brasileira.
Para este caso concreto, poderemos resumir o argumento da novela à narração das peripécias levadas a cabo pelo prefeito Odorico Paraguaçu, um político corrupto e cheio de artimanhas, que tem como meta prioritária na administração da sua cidade de Sucupira (nome fictício, no litoral baiano) a inauguração do cemitério local. Nela é realçada a bajulice do secretário gago, Dirceu Borboleta, profundo conhecedor dos lepidópteros e das irmãs Cajazeiras, suas correligionárias e defensoras fervorosas: Doroteia, Dulcineia e Judiceia.

Da leitura do texto da visão, “escapou-se-me” o sentido da analogia entre o Ministro Miguel Relvas e o Bem-Amado. Será que, a exemplo do prefeito Odorico Paraguaçu, Miguel Relvas também quer o cemitério para Portugal…? Ou será outro... ?

Onde pára o Ministro Álvaro?

Ou o ministro da economia está desaparecido, ou está sequestrado (talvez para evitar a divulgação de matéria comprometedora para o governo …). Só deste modo se compreende que não possa cumprir a promessa da sua “total disponibilidade, sempre que o Parlamento solicitasse a sua presença”.

O PS classifica como “grave” o facto dos grupos parlamentares do PSD e do CDS/PP terem recusado, pela terceira vez, um requerimento dos socialistas onde era solicitada a presença do ministro da Economia e do Emprego no Parlamento, algo que já tínhamos previsto que iria acontecer (aqui).
O comportamento do Governo, das bancadas parlamentares do CDS e do PSD, e do próprio Ministro Álvaro Santos Pereira desrespeita profundamente a obrigação institucional do Governo prestar contas à Assembleia da República (veja aqui).
Esta Obstrução impede o cumprimento da principal função da Assembleia da República – Fiscalizar o exercício do Governo.

domingo, 4 de setembro de 2011

Morituri te salutant


O Sr. Primeiro Ministro avisou-nos, ameaçou-nos, eu sei lá… (veja aqui)
Avisou “(…) quem se entusiasme muito com as redes sociais e com o que vêem lá fora esperando trazer o tumulto para as ruas de Portugal(…)” e, apesar de reconhecer (pelo menos formalmente) o direito à manifestação e à greve, ameaçou, com velada intimação, “(…) não confundiremos o exercício dessas liberdades com os que pensam que podem incendiar as ruas e ajudar a queimar Portugal…
Muito bem, Sr. Primeiro Ministro!
Resta-nos continuar com o “espectáculo” e saudar, como faziam os gladiadores no Circo em Roma, aprontando-se para morrer – AVE CESAR, MORITURI TE SALUTANT (Salve César, aqueles que vão morrer saúdam-te).
Praticamente, estamos condenados a morrer na miséria: de fome, sem abrigo ou por falta de saúde…
Sr. PM, o povo não vai – quais gladiadores romanos – digladiar-se; mas, pode ter a certeza, combaterá pela sua sobrevivência e pela sua dignidade.
Não é o povo quem está a queimar Portugal… Não somos nós…!

Morituri te salutant!

sábado, 3 de setembro de 2011

Não é por acaso…


Não é por acaso – e muito menos se poderá considerar uma atitude imatura, irreflectida ou pueril – a forma como este Governo e, principalmente, o Ministro Miguel Relvas, usa e abusa da “agitação e propaganda” na mistificação dos interesses populares e nacionais. Atente-se ao caso das 687 facturas encontradas pelo ministro numa arrecadação fechada…


Espero que, a exemplo do que fizeram, a quando da enganadora denúncia do ministro, os “nossos” órgãos de comunicação social reponham e esclareçam a verdade, em manchetes idênticas às que utilizaram quando cumpriram a propaganda ministerial.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Saúde, educação e segurança social




A SIC informava, hoje, às 13:28, que o ministro das Finanças explicaria esta tarde, no Parlamento, as novas medidas de austeridade e esperava que dissesse finalmente onde e quanto vai cortar na despesa publica.
Pelo que foi explicado (nada) no Parlamento e pelo vídeo da SIC, concluo que os cortes não são na despesa pública e nas gorduras do estado. São em bens essenciais do povo (não do estado): Saúde, educação e segurança social.

Desabafo…(2)


Estou farto deste governo! – (Por enquanto ainda posso dizer coisas destas).
Roubam-nos as expectativas
·  de podermos pagar algumas das nossas dívidas com o subsídio de Natal;
·  de cumprir as promessas aos nossos filhos (que já nem estes acreditam no Pai Natal) de lhes darmos aquele “joguito” no Natal, ou aquela roupa que já há tanto esperam, ou… sei lá que mais;
·  de conseguirmos um emprego, procurado já lá vão 3 ou mais anos;
·  de termos um filho a estudar na universidade, fora do local da nossa residência, porque não existe aqui o curso de que gosta e tem vocação…

Estamos condenados a passar fome, a morrer por falta de assistência médica ou medicamentosa, a ter de sair da escola (voltando, novamente, a ser um povo analfabeto, inculto e destinado a tarefas de servilismo outrora predestinado).
Este governo já quase destruiu, quase irremediavelmente, a esperança que o 25 de Abril de 1974 nos devolveu.
E, ainda por cima, vem o PM dizer o fim do regime de Muammar Kadhafi na Líbia foi “uma espécie de 25 de Abril”.

Só se foi porque a ONU, em 2007, constatou que a Líbia do tal Kadhafi tinha:

O maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África (até há bem pouco tempo, maior que o do Brasil);

O ensino gratuito, até à Universidade;

10% dos alunos universitários a estudarem na Europa, EUA, com tudo pago;

Como incentivo, ao casar, o casal recebia até 50.000 US$ para montar casa;

Um sistema médico gratuito, rivalizando com os europeus e americanos.

A facilidade de empréstimos, pelo banco estatal, sem juros.

Ou, então, é uma premonição do futuro da Líbia, por analogia com o actual estado da governação da nossa democracia.
Ainda não têm 100 dias de governo e já estou tão farto e, até certo ponto, desiludido, pois nunca esperei que, apesar de tudo, chegassem a tanto…